quinta-feira, 26 de abril de 2012

A Arte de cobrar pela sua Arte


E lá estava você com seu cliente. Vocês discutiram o conceito, as ideias fluíram, tudo lindo. Você já conseguia sentir a brisa do sucesso batendo em seu rosto. Na hora de fechar o contrato o cliente sugeriu uma parceria: você faria o desenho e eles divulgariam seu nome. Você aceitou, esperançoso, afinal, era uma empresa tão grande… Meses depois o cliente ganhou milhões em cima de sua arte, enquanto que você não tinha o que comer no almoço. É o fim de uma carreira que parecia tão promissora... Calma! Isso foi só um texto, mas com certeza o drama é real.

Engana-se quem pensa que basta desenhar bem para ter sucesso e que basta ter sucesso para ganhar bem. Um ilustrador também tem que saber vender o seu produto. E não é fácil. Até por que acho que vender também seja um "talento" que precisa ser trabalhado.

E como não adianta querer ser um desenhista profissional mas ser um péssimo profissional na hora de dar o seu valor, o negócio é aprender algumas dicas!

1 – Valorize sua arte – Você tem uma habilidade, e esta habilidade permite que você saiba desenhar o que o cliente precisa. Sua ilustração é única e exclusiva. Quer motivo melhor para cobrar o seu devido valor? Afinal, se nem você conseguir valorizar seu trabalho, quem é que vai, sua mãe? “Sempre cobre muito bem pelo seu trabalho. Para que possa fazer o melhor. E continuar fazendo!” Foi com esta frase que o Maurício de Sousa aprendeu a valorizar seu trabalho, viu só? aprenda com ele!

2 – Nunca trabalhe de graça – Muito ilustrador iniciante fica tão desesperado para ter seu primeiro cliente que acaba trabalhando de graça, aceitando propostas suspeitas disfarçadas de oportunidades ou se metendo em concursos picaretas. A regra não muda para aqueles amigos, parentes ou conhecidos que vão te pedir um "desenhinho simplezinho". Trabalhar de graça é exploração e ponto, exceto quando você quiser dar um desenho de presente né? hehe. Mas como diria Cacilda Becker: “Não me peça para dar a única coisa que tenho para vender”. Pura verdade.

3 – Saiba negociar – Alguns clientes irão prometer futuros trabalhos, fama, reconhecimento em troca de um precinho camarada. O problema é que estes trabalhos quase nunca surgem, e não dá para contar com os “ovos dentro da galinha” no mundo dos negócios. O cliente resolveu mudar todo o briefing inicial? revise o orçamento. O cliente quer o trabalho pra ontem? taxa de urgência nele (até por quê você não tem culpa dele ter deixado para ultima hora). Resta você ter pulso firme e saber negociar. Aprenda também a dizer "não" para um cliente. Afinal, melhor um trabalho a menos que um problema a mais.

4 – Quanto vale seu desenho? – Vender uma ilustração não é como vender uma pizza ou um vestido. Um ilustrador não vende o desenho em si, a gente vende o direito de uso dele. E existe uma série de fatores que influenciam o preço final. Desde a complexidade do desenho, o seu estilo, técnica, ao tamanho do cliente, onde, quando e por quanto tempo será veiculado… Existem algumas tabelas de preços (para o mercado editorial), que servem como orientação. E cobrar muito abaixo dos mínimos que estão definidos nessas tabelas é dar um tiro no próprio pé, não permitindo o próprio crescimento profissional e atrapalhando o mercado. O ilustre ilustrador Hiro fez um post ótimo sobre como dar o seu preço. Vale a pena ler do começo ao fim.

5 – Contrato dá uma segurança para ambos – Da mesma forma que você tem medo de levar um calote do cliente, o cliente também tem medo de levar um calote seu. Um contrato, mesmo que simples, garante o que é seu e dele por direito. Além de te livrar do famoso “depois a gente acerta”. E vai por mim, não há nada pior que lidar com gente enrolada! Uma maneira legal é pedir 50% no fechamento do contrato e 50% na entrega. Assim se o cliente desistir, pelo menos você não ficou no prejuízo. Os bons clientes não se importarão de seguir um contrato.

Eu sei que na teoria tudo parece fácil. Mas uma coisa é certa: Cada negociação tem sua particularidade. Com o tempo a gente vai aprendendo e pegando o jeito da coisa.

Fonte: http://www.ilafox.com/2011/08/arte-de-cobrar-pela-sua-arte.html

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